terça-feira, 13 de abril de 2010

Abominações na casa do Senhor

Ezequiel 8: 1-16

“1 No sexto ano do sexto mês, aos cinco dias do mês, estando eu sentado em minha casa, e os anciãos de Judá, assentados diante de mim, sucedeu eu ali a mão do SENHOR Deus caiu sobre mim.

2 Olhei, e eis uma figura como de fogo; desde os seus lombos e daí para baixo, era fogo e, dos lombos para cima, como o resplendor de metal brilhante.

3 Estendeu ela dali uma semelhança de mão e me tomou pelos cachos da cabeça; o Espírito me levantou entre a terra e o céu e me levou a Jerusalém em visões de Deus, até à entrada da porta do pátio de dentro, que olha para o norte, onde estava colocada a imagem dos ciúmes, que provoca o ciúme de Deus.

4 Eis que a glória do Deus de Israel estava ali, como a glória que eu vira no vale.

5 Ele me disse: Filho do homem, levanta agora os olhos para o norte. Levantei os olhos para lá, e eis que do lado norte, à porta do altar, estava a imagem dos ciúmes, à entrada.

6 Disse-me ainda: Filho do homem, vês o que eles estão fazendo? As grandes abominações que a casa de Israel faz aqui, para que me afaste do meu santuário? Pois verás ainda maiores abominações.

7 Ele me levou à porta do átrio; olhei, e eis que havia um buraco na parede, então me disse: Filho do homem, cava naquela parede.

8 Cavei na parede, e eis que havia uma porta.

9 Disse-me Entra e vê as terríveis abominações que eles fazem aqui.

10 Entrei e vi; eis que toda forma de répteis e de animais abomináveis e de todos os ídolos da casa de Israel, pintados na parede em todo o redar.

11 Setenta homens dos anciãos da casa de Israel, com Jazanias, filho de Safã, que se achava no meio deles, estavam de pé diante das pinturas, tendo cada um na mão o seu incensário; e subia o aroma da nuvem de incenso.

12 Então, me disse: Viste, filho do homem, o que os anciãos da casa de Israel fazem nas trevas, cada um nas suas câmaras pintadas de imagens? Pois dizem: O SENHOR não nos vê, o SENHOR abandonou a terra.

13 Disse-me ainda: Tornarás a ver maiores abominações que eles estão fazendo.

14 Levou-me à entrada da porta da Casa do SENHOR que está no lado norte, e eis que estavam ali mulheres assentadas chorando a Tamuz.

15 Disse-me: Vês isto, filho do homem? Verás ainda abominações maiores do que estas.

16 Levou-me para o átrio de dentro da Casa do SENHOR, e eis que estavam à entrada do templo do SENHOR, entre o pórtico e o altar, cerca de vinte e cinco homens, de costas para o templo do SENHOR e com o rosto para o oriente; adoravam o sol, virados para o oriente.”


- Nós criamos nosso próprio Deus.

“até à entrada da porta do pátio de dentro, que olha para o norte, onde estava colocada a imagem dos ciúmes, que provoca o ciúme de Deus.”

Nesse texto, o profeta relata sobre a imagem dos ciúmes que estava colocada na casa de Deus. A referência pode ser ao poste-ídolo que Manassés colocou no templo. Partindo do fato de que hoje, nós somos a casa de Deus, então somos os responsáveis pelos “ciúmes” de Deus. Ciúme é o sentimento produzido pelo receio de que a pessoa amada prefere a outrem. Se Deus tem ciúmes de nós, significa que temos preferido a outras coisas, não a ele. Na noite passada ouvi o depoimento de um irmão que estava muito quebrantado em relação a esse assunto. Disse que numa noite, chegou em casa cansado do trabalho, mas lembrou que era dia de jogo do Flamengo. Mesmo cansadíssimo, ligou a televisão, e trocou horas de sono pelo jogo. Acabando o jogo, ouviu a voz do Espírito Santo, dizendo: “- Eu não queria que você tivesse deixado de assistir ao jogo, só queria que tivesse a mesma disposição para mim”. Ele percebeu que o Deus dele, naquele momento foi o jogo.

Nossos desejos tem sido o nosso Deus. Onde você tem dedicado a maior parte do seu tempo?


- Nosso ego tem sido o nosso Deus.

“Ele me levou à porta do átrio; olhei, e eis que havia um buraco na parede...”

Quem é que deixa um buraco na parede da porta do átrio da casa do Senhor? Viaje comigo.

Quando falamos acerca de pecados do ego, logo pensamos em soberba ou orgulho, mas estes não são os únicos pecados do ego. O texto acima, nos fala de uma ferida na parede. Quem deixou lá essa ferida? Talvez alguém autopiedoso, que espera outra pessoa sentir pena da situação, e tente cuidar da ferida. Ou alguém autocomiserativo, que se prende aos seus próprios pensamentos, e se conforma com a ferida. Um decepcionado: Alguém o feriu, mas ele mesmo é orgulhoso demais para retratar

“então me disse: Filho do homem, cava naquela parede. Cavei na parede, e eis que havia uma porta. Disse-me Entra e vê as terríveis abominações que eles fazem aqui. Entrei e vi; eis que toda forma de répteis e de animais abomináveis e de todos os ídolos da casa de Israel, pintados na parede em todo o redor.”

Deus, eu sua infinita sabedoria nos mostra o que acontece com este pequeno buraco, quando manda o profeta cavá-lo. Nós vamos cavando e abrindo ainda mais a ferida em nosso coração até se tornar uma porta. Uma porta de entrada para répteis e animais abomináveis. Nós, com nosso ego gigantesco, deixamos estes animais entrarem na casa de Deus, obrigando-o a retirar-se de casa (retira-se de nós).



- Nossos sentimentos tem sido o nosso Deus.


“Levou-me à entrada da porta da Casa do SENHOR que está no lado norte, e eis que estavam ali mulheres assentadas chorando a Tamuz.”


Aqui, o profeta vê as mulheres com o coração vulnerável, chorando ao “herói” Tamuz, que segundo a mitologia babilônica, era um deus da natureza que morria no inverno. Vulnerabilidade é falta de comunhão com Deus. Se nos entregarmos a nossos sentimentos, a ponto de ficarmos tristes e depressivos, pecamos. Apresar de tudo o que passamos, temos que ser gratos a Deus pelo que Ele fez e faz por nós! Glória seja dada a Ele! Pelo seu sangue temos remissão de pecados! Por causa de sua morte podemos ter comunhão com o Pai! Sintomas de um coração vulnerável nos dizem que não temos desfrutado dessa comunhão.



- A religião tem sido o nosso Deus.


“Levou-me para o átrio de dentro da Casa do SENHOR, e eis que estavam à entrada do templo do SENHOR, entre o pórtico e o altar, cerca de vinte e cinco homens, de costas para o templo do SENHOR e com o rosto para o oriente; adoravam o sol, virados para o oriente.”


Nós temos feito aquilo que nos é agradável fazer. Era natural para os povos antigos adorar ao mais poderoso objeto visível: o Sol. O sol é o astro central, é o que brilha com grande esplendor. É um padrão bonito de se ver. São nossos conceitos confortáveis sobre adoração. É quando entregamos a Deus o que queremos entregar. É quando nos alimentamos só do que é confortável de se ouvir, e esquecemos de fundamentos do evangelho como morrer para mim mesmo, renunciar tudo o que tenho, tomar minha cruz. É quando a religiosidade está no ar.

Não nos cabe criar conceitos em cima dos mandamentos do Senhor. Ele já os criou. Ele manda, nós fazemos. Nós não escolhemos o que vamos dar a Deus, ele é que escolhe o que quer receber e como quer receber. Nós não seguimos o padrão mais “bonito” e nem as palavras mais “belas”. Nós somos o que o Senhor quer que sejamos. E fazemos o que Ele deseja que façamos.



Daniel Giga

dansus90@gmail.com

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